O caos no ar

As notícias que leio na internet nesta manhã de sábado dão conta de que a convocação de controladores de vôo militares, aqueles que cuidam do tráfego aéreo dos aparelhos da FAB, foi suficiente para normalizar a vida nos aeroportos do país depois de uma semana terrível. Dezenas de vôos cancelados, centenas atrasados. A cidadania passou o feriadão em aeroportos. Não vou entrar no mérito sobre a situação dos controladores da Infraero. Do jeito que o Brasil é administrado está na cara que eles são mal remunerados, os equipamentos devem estar defasados e o governo, como sempre, só se entra no circuito quando alguma tragédia paira no ar e de forma canhestra.

Segundo revelações de uma das caixas pretas, de fato os pilotos do Legacy receberam ordem da torre de São José dos Campos para usarem a rota fatal. Se confirmado, a eventualidade de um homicídio culposo teve autoria em terra e como protagonistas os operadores dos radares de uma das unidades do Sindacta. Vinte controladores estão afastados da função.

Mas voltando à normalização, o sindicato dos controladores civis, mandou um recado afirmando que o caos irá retornar. Parece que esses caras estão contra o país: perderam o juízo. Operadores de um sistema de altíssimo risco e responsabilidade, eles têm sob suas ações o controle da segurança de milhares de vidas humanas. Se boicotam o sistema por causa de grana estamos diante de um ato de sabotagem e me parece que o Ministério Público Federal deveria acompanhar o tema mais de perto.

Há nesta operação padrão alguma pressão para proteger quem por ventura tenha provocado a morte de 154 passageiros no vôo da Gol? Então saímos da seara anacrônica do corporativismo sindical e ingressamos no terreno da criminalidade. Diante dos fatos a aeronáutica deveria assumir o controle total do tráfego aéreo do país e afastar da atividade os profissionais da Infraero. Eles estão sob suspeição. No mínimo precisam ser monitorados por técnicos externos.

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