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O tecnófobo anti-web

A análise é convertida em polêmica quando entra em cena o pensamento de Dominique Wolton, em “Internet e depois” (WOLTON, Dominque -Sulina 2007) e num segundo momento quando o objeto de análise é “É preciso Salvar a Comunicação” (WOLTON, Dominque - Paulus 2006). O objeto de análise do pensador francês está sempre vinculado às questões sociais da comunicação, suas variáveis sociológicas e as implicações tecnológicas. Tomemos como ponto de partida para o diagnóstico, concebido por Wolton, a partir de “Internet e Depois”. “A comunicação é o cerne de modernidade, isto é, inseparável deste lento movimento de emancipação do indivíduo...” (WOLTON – Sulina 2007, p 10) primeiro aspecto: ele pontua que sua pesquisa visa diferenciar objetivamente as chamadas mídias generalistas ou tradicionais (a TV e o rádio) das novas tecnologias, notadamente, a convergência tecnológica, a qual culminou com o surgimento da web. Para Wolton, sua pesquisa está calcada em uma Teoria da Comunicação em que os aspect

Nanotecnologia

O que é nanotecnologia (por Fernando Cibelli de Castro) Introdução A nanotecnologia passou a ser explorada sistematicamente há pelo menos dez anos na grande mídia, mas suas vastas possibilidades continuam desconhecidas e divulgadas de maneira fragmentada. Neste momento, a ciência dos objetos projetados em escala atômica começa a tomar novo impulso. Em caráter embrionário, as primeiras pesquisas ocorreram na primeira década do século XX, mas na prática, a nanotecnologia se tornou possível tecnicamente a partir de 1931 com o aparecimento da primeira versão do MET, (Microscópio Eletrônico de Transmissão). Entre 1995/1997 e produção científica nano ganhou contornos de escala em laboratórios e passou a ser reconhecida como ciência multidisciplinar com ramificações que partem de conceitos físicos e se espalham pelas diversas áreas do conhecimento, notadamente na farmacologia, medicina, na própria física, na biotecnologia, engenharia de materiais, microeletrônica, nas ciências da computação,

Hidroaviões e aeropraia

Nunca me importei muito em ficar empenhado em Congonhas. Até porque sair do Aerochopp é sempre uma decisão difícil e penosa. Diante do problema da pista do velho aeroporto aqui vai uma sugestão: a reativação dos serviços de decolagem e aterrissagem em água. Isso mesmo: a engenharia da indústria aeronáutica certamente tem recursos para desenvolver sistemas de trem de pouso com opção para terra e água destinados aos aparelhos de grande porte. Vamos retroceder ao hidroavião, mas com tecnologia a jato. Quando a pista estiver acima dos três milímetros ativam-se os esquis. Mais ainda. Quando Congonhas estiver congestionado o tráfego poderá ser desviado para as represas Bilings e Guarapiranga. Até o aerolulla poderá pousar próximo ao sítio do presidente que fica numa das reservas de água da capital paulista. Poderão ainda desviar os aviões para as imediações do porto de Santos, ou para Maresias. Ao invés de passageiros furiosos descerão cidadãos sorridentes para passar algumas horas nas praia

De João do Rio a João Luiz Fernandes

Segundo os estudiosos da evolução da atividade jornalística no Brasil o carioca João do Rio (também assinava Paulo Barreto), introduziu o gênero reportagem na imprensa do país. Cronista, escritor de peças de teatro, homossexual assumido, trabalhava em redações numa época em que o jornalismo, principalmente na abordagem de temas vinculados à criminalidade e aos desvios de comportamento era produzido num limiar muito tênue entre a crônica e a conversa de Matilde. Em busca de companhia e aventuras amorosas João do Rio desbravou os morros da Cidade Maravilhosa numa época em que freqüentar favelas não era atividade de alto risco, mas já produzia fatos capazes de gerar notícia livre de subjetividades e observações moralistas. Da crônica João do Rio migrou para o relato dos fatos de forma objetiva a partir de acontecimentos com os quais conviveu como testemunha ocular. Uma briga de vizinhos, uma roda de samba e baseado, um homicídio passional, uma bebedeira convertida em barraco, passaram a s

O descontrole dos vôos

Começo a entender melhor como funciona o controle do espaço aéreo brasileiro. A aeronáutica é detentora de toda infra-estrutura o que inclui o curso de formação dos controladores e a administração de todo o sistema. A mão-de-obra é cem por cento militar, em sua grande maioria sargentos do exército capacitados por treinamento específico de ótima qualidade por sinal. No entanto, parece que existem duas equipes. Uma controla a aviação militar e a outra a civil. A turma que cuida dos aviões da FAB foi colocada no circuito para quebrar o movimento que ainda prejudica o transporte aéreo de passageiros, protagonizado pelos sargentos. Então não estávamos diante de um quadro de operação padrão nos aeroportos e sim de insubordinação militar: aquartelamento a colocar em situação de caos a navegação aérea do país. Segundo relata a grande imprensa, agora sim, o Ministério da Defesa irá autorizar a criação de um quadro civil para a profissão e tratar o tema como insubordinação. Em tempo: sempre é bo

O caos no ar

As notícias que leio na internet nesta manhã de sábado dão conta de que a convocação de controladores de vôo militares, aqueles que cuidam do tráfego aéreo dos aparelhos da FAB, foi suficiente para normalizar a vida nos aeroportos do país depois de uma semana terrível. Dezenas de vôos cancelados, centenas atrasados. A cidadania passou o feriadão em aeroportos. Não vou entrar no mérito sobre a situação dos controladores da Infraero. Do jeito que o Brasil é administrado está na cara que eles são mal remunerados, os equipamentos devem estar defasados e o governo, como sempre, só se entra no circuito quando alguma tragédia paira no ar e de forma canhestra. Segundo revelações de uma das caixas pretas, de fato os pilotos do Legacy receberam ordem da torre de São José dos Campos para usarem a rota fatal. Se confirmado, a eventualidade de um homicídio culposo teve autoria em terra e como protagonistas os operadores dos radares de uma das unidades do Sindacta. Vinte controladores estão afastado